A dificuldade na gestão da embreagem e da alavanca de câmbio é, com certeza, um "bicho-papão" de motociclistas iniciantes, responsável por boa parcela de reprovações no exame para obtenção da habilitação.
Muita gente que simplesmente não vence a barreira e se resigna, "estacionando" na simplicidade do acelera-e-freia de veículos de duas rodas menores como os scooters ou motonetas com embreagens automáticas, como a Honda Biz e Yamaha Crypton, limitados ao uso urbano.
Para esta tribo com fobia à embreagem, a verdadeira motocicleta é um sonho distante? Sim, a não ser que se tenha algo entre R$ 70 e R$ 80 mil. Tal montanha de dinheiro franqueia o acesso à mais alta tecnologia do momento em termos de sistemas de transmissão aplicado à motos, usada nas Honda VFR 1200F e VFR 1200X Crosstourer: o câmbio automático ou automatizado.Nestas grandes motos simplesmente não existe a tradicional alavanca de embreagem. Trocar de marcha é atribuição de um sofisticado sistema batizado de DCT – Dual Clutch Transmission, uma transmissão automatizada de seis marchas com dupla embreagem, novidade já presente em diversos carros à venda no país.
'Herança' dos carros
O sistema DCT se vale de sofisticados sensores para escolher a marcha mais adequada para o momento, e proceder às trocas necessárias. Caso o condutor prefira ele mesmo operar a seleção das marchas, bastará um toque em teclinhas com símbolos de + e –, posicionadas no punho esquerdo do guidão, que permitem reduzir ou passar marchas.
O mérito desse sistema é facilitar a operação dos sistemas automáticos convencionais dos carros, também chamados de epicíclicos, ao mundo das motos. Comuns no meio automobilístico, câmbios automáticos convencionais até chegaram a ser aplicados em motocicletas no final da década de 1970, especialmente visando clientes norte-americanos. Contudo, revelaram funcionamento limitado e, principalmente, inadequado às especificidades da condução de uma moto.
No sistema DCT, o verdadeiro "ovo de Colombo" foi conseguir estabelecer um nível de funcionamento 100% igual ao de uma transmissão convencional de moto, coisa possível graças ao massivo uso da eletrônica, capaz de se encarregar da gestão do "segredo", que é não apenas a existência de duas embreagens funcionando em paralelo dentro de um mesmo motor, mas também de dois "eixos-piloto", em síntese, dois câmbios.
Como funciona
De forma simplificada, podemos explicar o funcionamento do sistema, dizendo que uma embreagem se encarrega das marchas ímpares, outra das marchas pares. Quando, por exemplo, a 2ª marcha está engatada e sua respectiva embreagem manda a força do motor à roda, a 1ª e 3ª marchas estão "pré-engatadas", com sua embreagem em modo de espera.
Complexo? Em termos, mas funcionamento é uma beleza, sem trancos como os de sistemas de transmissão automatizados de embreagem única usados nos carros mais simples no Brasil, e sem roubar nada da potência do motor como ocorreria com transmissões automáticas clássicas, que se valem do princípio hidráulico – fluído sob alta pressão – para funcionar.
A transmissão de dupla embreagem representa o futuro que chegou, mas ela não abolirá, claro, a transmissão convencional dotada de embreagem simples. Todavia, através do sistema DCT se abre uma nova fronteira na mobilidade em duas rodas, agregando praticidade, economia e – por que não – maior segurança às motos. Afinal, com uma coisa a menos para gerenciar, o condutor ganha a possibilidade de se concentrar em outros aspectos da pilotagem.
O sistema DCT se vale de sofisticados sensores para escolher a marcha mais adequada para o momento, e proceder às trocas necessárias. Caso o condutor prefira ele mesmo operar a seleção das marchas, bastará um toque em teclinhas com símbolos de + e –, posicionadas no punho esquerdo do guidão, que permitem reduzir ou passar marchas.
O mérito desse sistema é facilitar a operação dos sistemas automáticos convencionais dos carros, também chamados de epicíclicos, ao mundo das motos. Comuns no meio automobilístico, câmbios automáticos convencionais até chegaram a ser aplicados em motocicletas no final da década de 1970, especialmente visando clientes norte-americanos. Contudo, revelaram funcionamento limitado e, principalmente, inadequado às especificidades da condução de uma moto.
No sistema DCT, o verdadeiro "ovo de Colombo" foi conseguir estabelecer um nível de funcionamento 100% igual ao de uma transmissão convencional de moto, coisa possível graças ao massivo uso da eletrônica, capaz de se encarregar da gestão do "segredo", que é não apenas a existência de duas embreagens funcionando em paralelo dentro de um mesmo motor, mas também de dois "eixos-piloto", em síntese, dois câmbios.
Como funciona
De forma simplificada, podemos explicar o funcionamento do sistema, dizendo que uma embreagem se encarrega das marchas ímpares, outra das marchas pares. Quando, por exemplo, a 2ª marcha está engatada e sua respectiva embreagem manda a força do motor à roda, a 1ª e 3ª marchas estão "pré-engatadas", com sua embreagem em modo de espera.
Complexo? Em termos, mas funcionamento é uma beleza, sem trancos como os de sistemas de transmissão automatizados de embreagem única usados nos carros mais simples no Brasil, e sem roubar nada da potência do motor como ocorreria com transmissões automáticas clássicas, que se valem do princípio hidráulico – fluído sob alta pressão – para funcionar.
A transmissão de dupla embreagem representa o futuro que chegou, mas ela não abolirá, claro, a transmissão convencional dotada de embreagem simples. Todavia, através do sistema DCT se abre uma nova fronteira na mobilidade em duas rodas, agregando praticidade, economia e – por que não – maior segurança às motos. Afinal, com uma coisa a menos para gerenciar, o condutor ganha a possibilidade de se concentrar em outros aspectos da pilotagem.
Nos últimos anos, vários fabricantes desenvolveram motos com este tipo de transmissão de embreagem dupla, todavia o mérito da Honda não foi apenas a sua introdução em nosso país, mas também tentativa de disseminação do sistema. Por ora, o acesso entre nós está restrito aos abonados donos das caras VFR, mas uma gama de motos médias com DCT, bem mais acessível, já frequenta os principais mercados mundiais.
Entre estas motos está a Honda NC 700X que, como se sabe, é vendida no Brasil dotada de câmbio convencional. Montada em Manaus, espera-se para breve que a versão com transmissão DCT chegue aos nossos consumidores, pois não haveria lógica em frear um importante progresso técnico, limitando-o apenas a mercados específicos.
Scooters automáticos
Praticidade e acessibilidade em termos de condução é a mais importante ferramenta para popularizar o uso dos veículos de duas rodas. Quanto mais gente se sentir capaz de conduzir veículos de duas rodas descomplicados, maiores serão as vendas.
No Brasil, um bom exemplo destes veículos amigáveis são os pequenos scooters Honda Lead e Suzuki Burgman, agora seguidos pelos mais robustos Honda PCX 150 e Dafra Citycom 300i.
Praticidade e acessibilidade em termos de condução é a mais importante ferramenta para popularizar o uso dos veículos de duas rodas. Quanto mais gente se sentir capaz de conduzir veículos de duas rodas descomplicados, maiores serão as vendas.
No Brasil, um bom exemplo destes veículos amigáveis são os pequenos scooters Honda Lead e Suzuki Burgman, agora seguidos pelos mais robustos Honda PCX 150 e Dafra Citycom 300i.
Tais modelos se tornaram parte da paisagem das cidades brasileiras em curtíssimo espaço de tempo, tendo como grande predicado a facilidade de condução oferecida pela transmissão CVT – Continuous Variable Transmission – que exige bem pouca habilidade de seus usuários, a não ser acelerar e frear quando for o caso.
Como mostra a óbvia tradução da siga CVT, trata-se de uma transmissão continuamente variável, sacada técnica onde polias cônicas ligadas por uma correia se servem da própria força centrífuga do motor para realizar a variação da velocidade.
Genial, sim, mas restrita à veículos de baixa potência por conta dos limites mecânicos do componente submetido à maior estresse, a correia.
Fora isso, veículos com a transmissão tipo CVT apresentam outro senão, por conta da impossibilidade de oferecerem freio-motor, coisa importante em motocicletas: tirar a mão do acelerador em um scooter com sistema CVT é como colocar ponto-morto, ou apertar a embreagem, já que o sistema não oferece nenhuma resistência.
Enfim, ao recente progresso das transmissões das motocicletas poderíamos aplicar uma verdade que serve para todo tipo de nova tecnologia que surge: enquanto não a conhecemos a fundo, não sabemos o quanto – e se – precisaremos dela.
Por enquanto as transmissões automatizadas estão restritas a um nicho de motos que representa um cartão de visitas tecnológico de seus fabricantes, porém, prever a disseminação desta tecnologia em médio prazo é uma aposta mais do que certeira. Afinal, quanto mais fácil de usar, melhor será qualquer veículo.
Fonte: g1.com
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